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Touros entravam ilegalmente em Canoinhas

Funcionário foi afastado pela Cidasc por facilitar a passagem dos animais

CANOINHAS ? A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) divulgou ontem que um fazendeiro foi multado e um funcionário da estatal afastado por envolvimento na entrada ilegal de touros vindos do Paraná para Santa Catarina.

Por ser área livre de febre aftosa sem vacinação, Santa Catarina fechou as barreiras sanitárias com o Paraná e o Rio Grande do Sul para evitar a contaminação do rebanho catarinense.

De acordo com o gerente da Cidasc, Osmar Brey, o caso vinha sendo investigado há mais de um mês e teve desfecho esta semana. Brey conta que ao descobrir a comercialização irregular de touros na localidade de Bonetes, os funcionários da Cidasc/Icasa realizaram investigação minuciosa com o levantamento de todas as propriedades envolvidas e identificação dos animais em questão. Para a surpresa de todos, na documentação de registro genealógico, constatou-se que dois, dos sete bovinos, eram originários do Estado do Paraná. O que inicialmente parecia ser apenas um problema de falta de Guia de Trânsito Animal (GTA) e exames negativos para brucelose e tuberculose ? documentação necessária para comercializar touros ?, ?revelou-se um enorme risco ao rebanho catarinense e consequentemente a toda cadeia produtiva agropecuária do Estado?, afirma Brey.

Após a interdição das propriedades e apreensão dos dois touros, a Cidasc sacrificou os animais, como determina a legislação sanitária.

As propriedades continuam interditadas por um período de 30 dias, não sendo permitida a saída de animais sujeitos à febre aftosa em hipótese alguma. Além disso, os profissionais da Cidasc/Icasa estão realizando visitas semanais nestas propriedades para acompanhamento e monitoramento dos animais que tiveram contato com os touros apreendidos.

A Cidasc apurou ainda que um estudante de Veterinária de São Joaquim, que prestava serviços como barreirista, facilitava a entrada dos touros apreendidos mediante propina. Ele foi demitido ontem e responderá a processo na Justiça.

 

BARREIRAS FORAM REFORÇADAS HÁ DOIS ANOS

 

Há dois anos foram criadas barreiras extras para controlar a entrada de animais dos Estados vizinhos. São sete no total na região. Brey alerta a importância das barreiras. ?O fato de estes animais virem do Paraná, Estado onde se pratica a vacinação para aftosa, caracteriza um grande risco para os animais de Santa Catarina, que não têm imunidade nenhuma contra esta doença, ou seja, um animal vacinado pode não adoecer, mas pode alojar o vírus; quando este animal entra em contato com animais do nosso Estado, o vírus encontra uma condição favorável pra se multiplicar e a doença aparece?, explica.

A Cidasc/Icasa conta com apoio da Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público e Poder Judiciário no controle das barreiras. ?Entretanto, a defesa sanitária animal não é feita unicamente por entes públicos. É essencial a participação da comunidade, não tomando medidas que coloquem em risco o status sanitário do Estado e denunciando atos ilícitos que tenham conhecimento?, frisa Brey.

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